Acredito que vocês tomaram conhecimento das notícias publicadas em A TARDE (ontem e hoje) sobre o transporte do urânio de Caetité a Salvador. Abaixo apresentamos uma carta que enviamos hoje, com outras entidades, à CNEN, IBAMA e INB. Pedimos a divulgação em suas listas de contato.
Obrigada e boa noite,
Zoraide
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Zoraide Vilasboas
Coordenação de Comunicação
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ASSOCIAÇÃO MOVIMENTO PAULO JACKSON-Ética, Justiça, Cidadania
Sede provisória – Sind. dos Trab. em Água e Esgoto da Bahia (Sindae)
Rua Conselheiro Spínola, 2, Barris - CEP 40070130 – Salvador-Bahia
e-mail: assmpj@gmail. com Tel: 9998 4503 – Fax: 3328 2645
BRASIL SEM NUCLEAR
Salvador (BA) e São Paulo (SP), 16 de maio de 2008
Para:
Sr. Odair Dias Gonçalves, presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)
Sr. Alfredo Tranjan Filho, presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB)
Sr. Bazileu Alves Margarido Neto, presidente do IBAMA
Com cópia:
Ministério de Ciência e Tecnologia - MCT
Ministério do Meio Ambiente – MMA
Ministérios membros do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética)
Gerência Executiva do IBAMA / Bahia
Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da Bahia - SEMARH
Superintendência de Recursos Hídricos do Estado da Bahia - SRH
Centro de Recursos Ambientais - CRA
Secretaria Estadual de Saúde do Estado da Bahia - SESAB
Ministério Público Federal da Bahia
Ministério Público Estadual da Bahia
Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Salvador
Câmara dos Vereadores de Salvador
Ref: URGENTE: TRANSPORTE DE MATERIAL NUCLEAR NA BAHIA
Prezados Senhores,
É com grande preocupação que nós, entidades representativas da sociedade civil abaixo- assinadas, ficamos sabendo, através de notícias publicadas na imprensa, do carregamento de yellow cake proveniente da URA-Caetité que deve chegar a Salvador e ficar armazenado em ponto desconhecido da cidade, até que o navio responsável pelo transporte do material para o exterior atraque no Porto, o que deve ocorrer apenas no domingo.
Essa situação evidencia, mais uma vez, os riscos inerentes ao transporte de materiais nucleares no Estado da Bahia, em especial nas ruas do centro da cidade de Salvador. A explícita falta de coordenação entre o transporte rodoviário e marítimo gera um clima de insegurança nos funcionários do Porto de Salvador e na população da cidade, que desconhecem os perigos e como atuar no caso de um acidente envolvendo material nuclear.
Outro fator de preocupação é que a única licença para este tipo de transporte disponível na data de hoje (18/05/08) no web site do IBAMA é a renovação de número 623/2007, que "autoriza proceder a atividade de transporte nuclear rodoviário e marítimo ...de concentrado de urânio (DUA- Diuranato de Amônio)....da URA em Caetité/BA para o Porto de Salvador /BA do saldo de 100 toneladas... .Esta Licença de Operação é válida a partir da data de sua assinatura até 22 de abril de 2008...". Desta forma e com base no direito democrático à informação, vimos, por meio desta, solicitar esclarecimentos sobre a existência de licença válida para o referido transporte.
Mais além, situações como esta evidenciam a esquizofrenia do setor nuclear brasileiro, já que a CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), órgão responsável por fiscalizar e garantir a segurança desse tipo de transporte, é justamente a controladora da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), que opera a mina de urânio de Caetité e é proprietária da carga de yellow cake em questão.
Exigimos que o Estado brasileiro aja de forma incisiva para assegurar a transparência nas atividades nucleares bem como o cumprimento das normas de segurança vigentes e reforçamos nossa rejeição ao Programa Nuclear Brasileiro. O Brasil é renovável.
Atenciosamente,
Articulação Popular São Francisco Vivo
Associação Movimento Paulo Jackson - Ética, Justiça, Cidadania
CPT- Comissão Pastoral da Terra /Bahia
GAMBA – Grupo Ambientalista da Bahia
Greenpeace
Sindicato Unificado dos Trabalhadores nos Serviços Portuários do Estado da Bahia
...
Jornal A Tarde, 16/05/2008.
INB descarta risco com carga
JUSCELINO SOUZA | SUCURSAL VITÓRIA DA CONQUISTA
celinosouza@ grupoatarde. com.br
"Toda partida de concentrado de urânio obedece a um plano de transporte elaborado pelo Instituto Brasileiro doMeio Ambiente (Ibama) e Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), e o risco de fuga deste material é pequeno, até mesmo em acidentes".
A informação foi prestada ontem, por telefone, pelo engenheiroquí mico Luiz Felipe da Silva, assessor especial da presidência das Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
Indagado sobre a questão ambiental e outras medidas adotadas para evitar riscos de contaminação a cada partida de urânio do Brasil para o Canadá, Silva foi enfático e voltou a descartar qualquer incidente no transporte.
"As medidas de segurança são todas observadas para o transporte do sólido, que é disposto em tambores e viaja em contêineres marítimos", afirmou Silva, sustentando que as embalagens são rígidas e que todo e qualquer transporte é feito mediante concessão de licença.
"São adotadas precauções de segurança, por isso a probabilidade de acidente é pequena.
Além da segurança física, feita pela Polícia Rodoviária federal (PRF), é feita uma segurança radiológica.
Toda a viagem é acompanhada por uma equipe da INB e do CNEN", informou.
Técnicos da INB e do Ibama consultados por A TARDE também sustentam que, no estágio atual, o produto não oferece risco de contaminação, já que se encontra sob a forma de diuranato de amônio (que é o mineral em estado bruto) e, desta maneira, apresenta baixa potência de irradiação. Concluído o processo no exterior, o urânio volta para o município de Resende, no Rio, para o terceiro e último estágio, que é a transformação em hexafluoraneto de urânio (UFC6), combustível para as duas usinas de produção de energia nuclear de Angra dos Reis (Angra I e Angra II, no Rio de Janeiro).
Avaliadas em R$ 43 milhões, as 175 toneladas de concentrado de urânio extraído em Caetité, a 757 km de Salvador, cruzaram o sudoeste baiano rumo ao Porto de Salvador na madrugada de ontem para ser enriquecido no Canadá. Por causa da velocidade controlada, a viagem do comboio dura mais de 15 horas. Assim que deixa o solo brasileiro e entra em alto-mar, rumo ao Canadá – ou eventualmente aos EUA –, o urânio só chega ao destino final entre 20 e 30 dias.
A INB informou que a extração anual do produto gira em torno de 400 toneladas e que são feitas de duas a três partidas anuais.
Luiz Felipe da Silva não soube precisar, mas acredita que esta tenha sido a nona partida de urânio com a mesma destinação. A exemplo das anteriores, o produto passa pelas rodovias estadual BA-262 e federal BR-116.
celinosouza@ grupoatarde. com.br
"Toda partida de concentrado de urânio obedece a um plano de transporte elaborado pelo Instituto Brasileiro doMeio Ambiente (Ibama) e Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), e o risco de fuga deste material é pequeno, até mesmo em acidentes".
A informação foi prestada ontem, por telefone, pelo engenheiroquí mico Luiz Felipe da Silva, assessor especial da presidência das Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
Indagado sobre a questão ambiental e outras medidas adotadas para evitar riscos de contaminação a cada partida de urânio do Brasil para o Canadá, Silva foi enfático e voltou a descartar qualquer incidente no transporte.
"As medidas de segurança são todas observadas para o transporte do sólido, que é disposto em tambores e viaja em contêineres marítimos", afirmou Silva, sustentando que as embalagens são rígidas e que todo e qualquer transporte é feito mediante concessão de licença.
"São adotadas precauções de segurança, por isso a probabilidade de acidente é pequena.
Além da segurança física, feita pela Polícia Rodoviária federal (PRF), é feita uma segurança radiológica.
Toda a viagem é acompanhada por uma equipe da INB e do CNEN", informou.
Técnicos da INB e do Ibama consultados por A TARDE também sustentam que, no estágio atual, o produto não oferece risco de contaminação, já que se encontra sob a forma de diuranato de amônio (que é o mineral em estado bruto) e, desta maneira, apresenta baixa potência de irradiação. Concluído o processo no exterior, o urânio volta para o município de Resende, no Rio, para o terceiro e último estágio, que é a transformação em hexafluoraneto de urânio (UFC6), combustível para as duas usinas de produção de energia nuclear de Angra dos Reis (Angra I e Angra II, no Rio de Janeiro).
Avaliadas em R$ 43 milhões, as 175 toneladas de concentrado de urânio extraído em Caetité, a 757 km de Salvador, cruzaram o sudoeste baiano rumo ao Porto de Salvador na madrugada de ontem para ser enriquecido no Canadá. Por causa da velocidade controlada, a viagem do comboio dura mais de 15 horas. Assim que deixa o solo brasileiro e entra em alto-mar, rumo ao Canadá – ou eventualmente aos EUA –, o urânio só chega ao destino final entre 20 e 30 dias.
A INB informou que a extração anual do produto gira em torno de 400 toneladas e que são feitas de duas a três partidas anuais.
Luiz Felipe da Silva não soube precisar, mas acredita que esta tenha sido a nona partida de urânio com a mesma destinação. A exemplo das anteriores, o produto passa pelas rodovias estadual BA-262 e federal BR-116.
Jornal A Tarde, 15/05/2008.
Porto de Salvador rejeita carga de urânio de Caetité
VALMAR HUPSEL FILHO
vhupsel@grupoatarde .com.br
Em trânsito de Caetité para a capital baiana, uma carga de 175 toneladas de concentrado de urânio, disposta em oito caminhõescontê ineres, tem gerado preocupação para a administração do Porto de Salvador.
A chegada da carga está prevista para esta noite e o navio de bandeira canadense Kent Trader, responsável pelo transporte para o Canadá, só deverá aportar na cidade no sábado.
O diretor de Operações da Companhia de Docas da Bahia já disse que não armazena o material. "Só aceito a carga se for para embarcar direto". Ele informou que o navio ainda se encontra em Vitória do Espírito Santo e a data marcada para chegar em Salvador ainda não está confirmada. "A carga só será liberada quando o navio receber autorização para atracar", enfatizou.
O responsável pela coordenação de logística das Indústrias Nucleares do Brasil, Robson Nunes, garantiu que, até a chegada do navio, a carga ficará nos caminhões-contê ineres estacionados em uma área privativa da INB. "A transferência para o porto ainda depende de conversa entre os diretores", disse. Segundo a assessoria de imprensa da INB, o transporte possui "todas as licenças possíveis" e está sendo feito sob proteção ambiental.
O minério é produzido na Unidade de Concentrado de Urânio – URA, da INB Caetité – única unidade de extração e beneficiamento de urânio em operação no País. O material é levado ao Canadá para enriquecimento e retorna ao País para atender à demanda das usinas nucleares Angra 1 e 2.
vhupsel@grupoatarde .com.br
Em trânsito de Caetité para a capital baiana, uma carga de 175 toneladas de concentrado de urânio, disposta em oito caminhõescontê ineres, tem gerado preocupação para a administração do Porto de Salvador.
A chegada da carga está prevista para esta noite e o navio de bandeira canadense Kent Trader, responsável pelo transporte para o Canadá, só deverá aportar na cidade no sábado.
O diretor de Operações da Companhia de Docas da Bahia já disse que não armazena o material. "Só aceito a carga se for para embarcar direto". Ele informou que o navio ainda se encontra em Vitória do Espírito Santo e a data marcada para chegar em Salvador ainda não está confirmada. "A carga só será liberada quando o navio receber autorização para atracar", enfatizou.
O responsável pela coordenação de logística das Indústrias Nucleares do Brasil, Robson Nunes, garantiu que, até a chegada do navio, a carga ficará nos caminhões-contê ineres estacionados em uma área privativa da INB. "A transferência para o porto ainda depende de conversa entre os diretores", disse. Segundo a assessoria de imprensa da INB, o transporte possui "todas as licenças possíveis" e está sendo feito sob proteção ambiental.
O minério é produzido na Unidade de Concentrado de Urânio – URA, da INB Caetité – única unidade de extração e beneficiamento de urânio em operação no País. O material é levado ao Canadá para enriquecimento e retorna ao País para atender à demanda das usinas nucleares Angra 1 e 2.
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