quinta-feira, 12 de junho de 2008

1500 trabalhadores e trabalhadoras da Assembléia Popular e da Via Campesina ocupam ferrovia da Vale em Governador Valadares

A ação integra a jornada nacional de luta contra o agronegócio e política econômica

Na manhã de hoje, 12 de junho, 6 horas, 1500 trabalhadores e trabalhadoras ocuparam a ferrovia da Companhia Vale no município de Governador Valadares, ao lado da BR 38, no Vale do Rio Doce. Os manifestantes denunciam que nenhuma das pautas denunciadas na ocupação dos trilhos no município de Resplendor em março deste ano foram atendidas. Os crimes ambientais e sociais cometidos pela empresa continuam ocorrendo, até o momento não houve assentamento das famílias, o problema no sistema de esgoto da cidade de Resplendor permanece.

A mobilização acontece junto das comunidades atingidas pela barragem de Baguari, pertencente a Vale e a outras empresas. A barragem irá atingir mais de 500 famílias e até o momento nenhuma negociação foi realizada.

A VALE consome 5% de toda a energia produzida pelo país. Acaba de fechar um contrato com distribuidoras de energia para pagar R$ 0,03 por cada kwatt/h, quando o povo paga R$0,62.

A Lei Kandir beneficia as empresas mineradoras determinando que as atividades primário-exportadoras sejam isentas de pagamento de ICMS (18%). Além disso, os royalties pagos pelo setor são irrisórios. Em 2007 quando as exportações do setor somaram R$ 16 bilhões foram pagos apenas R$ 153 milhões em royalties, ou seja menos de 1%.

A Vale também é responsável pela crise dos alimentos, está plantando 345 milhões de árvores de eucalipto até 2015, que servirá para abastecer a siderurgia, monocultura que expulsa os trabalhadores rurais de suas terras e destroem o meio ambiente.

A Vale acaba de receber benefícios do BNDES de R$ 7,3 bi a pagar em 40 anos sob juros irrisórios, graças a sua influência política. Ao passo que um trabalhador da VALE chega a receber R$550,00, pagando seu salário em 6 horas de trabalho.

A mobilização integra a jornada nacional de luta contra a política econômica e contra o agronegócio, dos quais a Vale é símbolo, por ser uma empresa que exporta a maior parte das riquezas extraídas do Brasil, prejudica o meio ambiente e as comunidades onde atua, indígenas, quilombolas, atingidos por barragens e camponeses. A Vale é campeã de multas no Ibama, responde na Justiça por processos trabalhistas e ainda insiste em negar a responsabilidade sobre seus impactos.

A mobilização exige a reestatização da Companhia Vale.

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