A Comissão de Auditoria Integral do Crédito Público (CAIC) esteve em sessão durante o mês de fevereiro de 2008, na cidade de Quito, Equador, onde aprofundou a investigação e o trabalho que vem desenvolvendo sobre a situação da dívida. Durante essa jornada de encontros, a Comissão se reuniu com o presidente do Equador, Rafael Correa, com o Ministro de Coordenação Política, Ricardo Patiño e foi recebida também pelo presidente da Assembléia Constituinte, Alberto Acosta.
  A Comissão apresentou ao presidente Correa um informe preliminar que reúne os resultados das cinco subcomissões em que se divide o trabalho: dívidas bilaterais, dívidas multilaterais, dívidas comerciais externas, dívidas comerciais internas e aspectos jurídicos. O informe parte da análise dos distintos contratos de endividamento desde um ponto de vista legal, financeiro, econômico, social, de gênero, ecológico e sobre nacionalidades e povos. 
  Durante o encontro, Correa reafirmou seu apoio ao trabalho da Comissão e assegurou que empreenderá as medidas legais para levar a juízo os responsáveis do endividamento ilegítimo que sofreu o país. E disse também que estava disposto a cortar o reembolso de alguns empréstimos cedidos pelo Banco Mundial. O presidente reafirmou suas palavras durante seu programa semanal de rádio, que vai ao ar aos sábados, no qual tornou pública sua intenção de não pagar a dívida considerada ilegítima.
  A Comissão se reunirá novamente em meados de julho de 2008 em Quito, para aprovar o informe final da Auditoria e as recomendações que apresentará ao presidente Correa. É possível que a CAIC solicite uma prorrogação a fim de seguir aprofundando suas investigações, tendo em conta que uma grande parte de seus esforços estão focados na localização e sistematização da documentação pertinente aos  pagamentos  que ainda são exigidos do Equador. Tal informação deveria ser facilmente acessível, porque tanto a cidadania dos países provedores de empréstimos como os países que contraem empréstimos, tem direito a informação a fim de ter a participação nas decisões que se tomam a respeito das políticas de endividamento.
  Frente a esta situação avança a Auditoria e emerge cada vez mais evidências de que pode haver  ilegitimidade nos pagamentos da dívida que o Equador continua pagando - tal como se vem denunciando desde os movimentos sociais, povos indígenas e campanhas contra a dívida – se volve crucial para a mobilização e solidariedade tanto no Equador como na região, afim de sustentar e fortalecer o apoio social e político para o não pagamento das dívidas ilegítimas e a restituição - reparação das dívidas sociais, ecológicas, culturais e de gênero acumulados.
   
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