Um grupo de militantes americanos, denominado Yes Men, distribuiu ontem de manhã em Nova York , Los Angeles, San Francisco, Chicago e Philadelphia pelo menos 1,5 milhão de exemplares de uma edição falsa do New York Times, manchetando o fim da guerra do Iraque.
A iniciativa, segundo uma porta-voz do grupo, Bertha Suttner, teve o objetivo de pressionar os democratas e o presidente eleito, Barack Obama, a pôr fim ao conflito no Iraque.
Os ativistas levaram seis meses para elaborar o jornal, que foi impresso em seis gráficas diferentes, e distribuído por centenas de voluntários em ruas, praças e estações de metrô.
Um porta-voz do verdadeiro Times disse que a falsa edição deve ser considerada um "gigantesco elogio" ao jornal e que a mesma acabará virando item de colecionador.
A histórica edição, que levou a data de 4 de julho de 2009, inclui uma matéria de capa segundo a qual "a ex-secretária de Estado Condoleeza Rice disse aos soldados que, antes da invasão do Iraque, o governo Bush sabia que Saddam Hussein não tinha armas de destruição em massa".
Entre outros, tem também um anúncio em que a Exxon Mobil aplaude o fim da guerra, dizendo que a paz "é uma idéia que pode beneficiar o mundo".
Trata-se de uma ação genial, que certamente marcará a história do jornalismo nos Estados Unidos.
Para nós, fica um monte de temas para o debate, a começar pelas questões éticas envolvidas na elogiável iniciativa.
Imaginem se a gente fizesse algo semelhante aqui no Brasil! Por exemplo, produzindo um Estadão que pede desculpas por ter combatido a reforma agrária nas últimas décadas ou a Veja fazendo o mea culpa por ter abandonado o jornalismo há tantos anos... Ou ainda, o Diário Oficial da União anunciando a abertura dos arquivos da ditadura!
Abraços,
ACQ
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