quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Juventude Trabalhadora em Marcha
Saimos em marcha, como tantos antes de nós já fizeram. E em nossas fileiras, entre nossas bandeiras e nossa força, seguimos pelas ruas de Belo Horizonte. Desesseis quilômetros foram cortados pelos pés firmes dos jovens, denunciando a navalha da crise e lutando pela soberania brasileira.
Desenhava-se em nossa marcha a indignação das trabalhadoras e dos trabalhadores. Os olhos que ela via traziam esperança e coragem. Partimos do bairro operário, Barreiro. Partimos da frente da transnacional Vallourec & Manesman. Nossas gargantas lembravam as demissões e férias impostas pela empresa, e jamais esqueceram sua milícia assassina, tampouco seus latifúndios de eucalipto.
Nossos braços se erguiam em frente ao Bradesco. Ali se encontrava a imagem de uma das irregularidades jurídicas do leilão da Companhia Vale do Rio Doce. Em 1997, arrancaram de forma escusa uma parte da soberania do povo brasileiro.
E nossa voz não se cala frente ao Batalhão de Choque. Não treme ao encenar o papel repressor da polícia, não se cansa de mostrar a criminalização da luta dos movimentos sociais. Assiste a nossa representação àqueles que tanto nos reprimem. Exatamente os mesmo que disseram que não conseguiríamos chegar ao fim de nosso objetivo.
Na avenida Amazonas, diante de toda sua grande circulação diária, a chuva recebe a juventude. E a anima, dando inspiração para vencer o cansaço. Ainda faltam muitos quilômetros para chegar à Ferrovia Centro Atlântica, no centro de Belo Horizonte, empresa pertencente ao grupo da Vale.
No caminho, os agitadores que conversavam com o povo percebiam nele a mesma indignação e a esperança simbolizadas na marcha, e nela se identificava. O exemplo de sacrifício desta pedagógica marcha convoca os trabalhadores a somar numa grande luta que realmente marque o fim do neoliberalismo, apontando para um projeto popular democrático para o país. Marchamos negando os privilégios e poder da burguesia, almejando que a necessária unidade da esquerda marche em luta nesse momento de crise.
Por cima do viaduto Santa Tereza, as mãos são dadas. O passo acelerado sabe que está perto do fim da marcha. Em frente à Vale, a mesma Vale que prendera 120 jovens em 2007 em um ato pela anulação do leilão, os jovens se reuniram novamente. Se outrora a radicalidade estivesse expressa nas algemas que prendiam, agora o laço abraçava a Vale, dizendo que não vamos abandonar a luta. E venceremos.
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