segunda-feira, 16 de março de 2009

Esquerdista Mauricio Funes eleito presidente de El Salvador


Mauricio Funes, candidato à Presidência pela esquerdista FrenteFarabundo Marti de Libertação Nacional, discursa em San
Salvador



SAN SALVADOR, El Salvador (AFP) — Mauricio Funes, candidato da antiga guerrilha de esquerda Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN), foi eleito no domingo presidente de El Salvador, acabando com 20 anos de hegemonia da direita, que reconheceu a derrota.

"Sou o presidente eleito dos salvadorenhos", declarou, ao lado da esposa Wanda Pignato, de origen brasileira e representante do Partido dos Trabalhadores (PT) do Brasil para a América Central, em um hotel da capital.

"Neste dia triunfou a cidadania que acreditou na esperança e venceu o medo. Esta é uma vitória de todo o povo salvadorenho", acrescentou Funes, em um discurso que similar ao do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na vitória eleitoral de 2002.

Com 92,02% das urnas apurada, Funes tem 51,2% dos votos, contra 48,7% do candidato da direita, Rodrigo Avila. A vantagem é de pouco mais de 62.000 votos, segundo o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE).

Avila, da Aliança Republicana Nacionalista (Arena), reconheceu a vitória do rival, na eleição mais dura enfrentada por seu partido, que gobernava El Salvador desde 1989.

Rodrigo Avila admitiu a derrota ao lado do atual presidente, Antonio Saca, e dos antecessores Alfredo Cristiani (1989-1994), Armando Calderón (1994-1999) e Francisco Flores (1999-2004).

Funes prometeu trabalhar "incansavelmente" pelo regime de liberdades, em particular pela propriedade privada e a segurança jurídica.

"Nosso propósito é converter El Salvador na economia mais dinâmica da América Central", declarou.

As ruas da capital foram tomadas por partidários do presidente eleito e de seu vice, o ex-comandante da FMLN Salvador Sánchez Cerén, para celebrar a vitória considera histórica.

A vitória da FMLN veio na quarta tentativa de conquistar o poder depois de 1992, quando a organização se transformou em um partido político ao fim de 12 anos de guerra civil.

O TSE e os observadores internacionais ressaltaram a normalidade da eleição no país, que segundo dados ainda não oficiais teve uma participação de 60% dos 4,3 milhões de eleitores registrados.



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