quarta-feira, 22 de abril de 2009

Diga não a discriminação dos movimentos sociais.

Toda solidariedade aos trabalhadores e trabalhodoras sem terra.


MST - Esclarecimentos sobre acontecimentos no Pará
Por Jornadas Anarquistas 21/04/2009 às 20:00

http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2009/04/445169.shtml

Em relação ao episódio na região de Xinguara e Eldorado de Carajás, no sul do Pará, o MST esclarece que os trabalhadores rurais acampados foram vítimas da violência da segurança da Agropecuária Santa Bárbara. Os sem-terra não pretendiam fazer a ocupação da sede da fazenda nem fizeram reféns.

NOTA
Esclarecimentos sobre acontecimentos no Pará
.
Em relação ao episódio na região de Xinguara e Eldorado de Carajás, no sul do Pará,
o MST esclarece que os trabalhadores rurais acampados foram vítimas da violência da
segurança da Agropecuária Santa Bárbara. Os sem-terra não pretendiam fazer a
ocupação da sede da fazenda nem fizeram reféns. Nenhum jornalista nem a advogada do
grupo foram feitos reféns pelos acampados, que apenas fecharam a PA-150 em protestos
pela liberação de três trabalhadores rurais detidos pelos seguranças. Os jornalistas
permaneceram dentro da sede fazenda por vontade própria, como sustenta a Polícia
Militar. Esclarecemos também que:

1- No sábado (18/4) pela manhã, 20 trabalhadores sem-terra entraram na mata para
pegar lenha e palha para reforçar os barracos do acampamento em parte da Fazenda
Espírito Santo, que estão danificados por conta das chuvas que assolam a região. A
fazenda, que pertence à Agropecuária Santa Bárbara, do Banco Opportunity, está
ocupada desde fevereiro, em protesto que denuncia que a área é devoluta. Depois de
recolherem os materiais, passou um funcionário da fazenda com um caminhão. Os
sem-terra o pararam na entrada da fazenda e falaram que precisavam buscar as palhas.
O motorista disse que poderia dar uma carona e mandou a turma subir, se
disponibilizando a levar a palha e a lenha até o acampamento.

2- O motorista avisou os seguranças da fazenda, que chegaram quando os trabalhadores
rurais estavam carregando o caminhão. Os seguranças
chegaram armados e passaram a ameaçar os sem-terra. O trabalhador rural Djalme
Ferreira Silva foi obrigado a deitar no chão, enquanto os outros conseguiram fugir.
O sem-terra foi preso, humilhado e espancado pelos seguranças da fazenda de Daniel
Dantas.

3- Os trabalhadores sem-terra que conseguiram fugir voltaram para o acampamento, que
tem 120 famílias, sem o companheiro Djalme. Avisaram os companheiros do acampamento,
que resolveram ir até o local da guarita dos seguranças para resgatar o trabalhador
rural detido. Logo depois, receberam a informação de que o companheiro tinha sido
liberado. No período em que ficou detido, os seguranças mostraram uma lista de
militantes do MST e mandaram-no indicar onde estavam. Depois, os seguranças mandaram
uma ameaça por Djalme: vão matar todas as lideranças do acampamento.

4- Sem a palha e a lenha, os trabalhadores sem-terra precisavam voltar à outra parte
da fazenda para pegar os
materiais que já estavam separados. Por isso, organizaram uma marcha e voltaram
para retirar a palha e lenha, para demonstrar que não iam aceitar as ameaças. Os
jornalistas, que estavam na sede da Agropecuária Santa Bárbara, acompanharam o
final da caminhada dos marchantes, que pediram para eles ficarem à frente para não
atrapalhar a marcha. Não havia a intenção de fazer os jornalistas de ?escudo
humano?, até porque os trabalhadores não sabiam como seriam recebidos pelos
seguranças. Aliás, os jornalistas que estavam no local foram levados de avião pela
Agropecuária Santa Bárbara, o que demonstra que tinham tramado uma emboscada.

5- Os trabalhadores do MST não estavam armados e levavam apenas instrumentos de
trabalho e bandeiras do movimento. Apenas um posseiro, que vive em outro acampamento
na região, estava com uma espingarda. Quando a marcha chegou à guarita dos
seguranças, os trabalhadores sem-terra foram recebidos a
bala e saíram correndo ? como mostram as imagens veiculadas pela TV Globo. Não
houve um tiroteio, mas uma tentativa de massacre dos sem-terra pelos seguranças da
Agropecuária Santa Bárbara.

6- Nove trabalhadores rurais ficaram feridos pelos seguranças da Agropecuária Santa
Bárbara. O sem-terra Valdecir Nunes Castro, conhecido como Índio, está em estado
grave. Ele levou quatro tiros, no estômago, pulmão, intestino e tem uma bala alojada
no coração. Depois de atirar contra os sem-terra, os seguranças fizeram três reféns.
Foram presos José Leal da Luz, Jerônimo Ribeiro e Índio.

7- Sem ter informações dos três companheiros que estavam sob o poder dos seguranças,
os trabalhadores acampados informaram a Polícia Militar. Em torno das 19h30, os
acampados fecharam a rodovia PA-150, na frente do acampamento, em protesto pela
liberação dos três companheiros que foram feitos reféns. Repetimos: nenhum
jornalista nem a
advogada do grupo foram feitos reféns pelos acampados, mas permaneceram dentro da
sede fazenda por vontade própria. Os sem-terra apenas fecharam a rodovia em
protesto pela liberação dos três trabalhadores rurais feridos, como sustenta a
Polícia Militar.

MOVIMENTOS DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA - PARÁ

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