sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Unasul realiza reunião amanhã sobre presença militar estadunidense na Colômbia







Karol Assunção *

Adital -
A presença de bases militares estadunidenses na Colômbia será novamente tema de debate na União das Nações Sul-americanas (Unasul). A Cúpula Extraordinária, que reunirá chefes e chefas de Estado do organismo, acontecerá amanhã (28), em Bariloche, Argentina.

Por essa ocasião, membros da sociedade civil latino-americana e representantes do Bloco Regional do Poder Popular (BRPP) enviaram carta aberta às autoridades convocadas para a reunião em que pedem "patriotismo e dignidade aos presidentes latino-americanos ante Uribe e Obama". Os assinantes do documento pedem dos representantes estratégias mais eficazes e decisivas sobre as atuais questões que ameaçam a soberania da América Latina, principalmente em relação ao Golpe de Estado em Honduras e o acordo militar entre Estados Unidos e Colômbia.

Segundo a carta, os países vizinhos não se esforçaram o bastante para pôr fim ao golpe hondurenho. Além disso, os assinantes do documento afirmam que o acordo militar entre o governo colombiano e estadunidense deve ser debatido entre Unasul e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pois tal tratado afetará não somente os colombianos, mas toda a nação latino-americana.

Por conta disso, os assinantes da carta pedem que a Unasul avise ao presidente colombiano, Alvaro Uribe, sobre a suspensão coletiva das relações diplomáticas e econômicas por parte de todos os países membros da Unasul caso não revogue, em até 15 dias após a finalização da reunião na Argentina, os acordos militares entre Colômbia e Estados Unidos. De acordo com a carta, tal tratado - ratificado no dia 19 de agosto - "contraria o espírito do Tratado Constitutivo da Unasul, os princípios do Conselho de Defesa Sul-americano, e constitui-se em uma ofensa à soberania latino-americana e em uma ameaça a toda a região."

Além disso, pedem a suspensão da participação do governo colombiano do Conselho de Defesa Sul-americano enquanto continue a permanência das tropas estadunidenses em seu território. Demandam também que a Unasul solicite uma reunião com Obama para, assim, tratar diretamente com os Estados Unidos a questão militar na América Latina. De acordo com a missiva, essa seria uma oportunidade para Estados Unidos, junto com América Latina, buscar uma saída pacífica para o conflito armado colombiano.

"Adicionalmente, os países limítrofes da Colômbia devem proceder a integração de um Sistema de Defesa integrado que previna qualquer ataque surpresa e devem estabelecer claramente que um ataque contra um deles constitui um ataque contra todos", acrescenta.

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