Adital -
Mais uma vez a Assembleia Geral das Nações Unidas discute a
resolução que pede o fim do bloqueio econômico e financeiro dos Estados
Unidos contra Cuba, e o resultado - embora previsível - volta a afetar
e questionar diretamente o posicionamento do governo estadunidense em
relação ao tema. Numa votação recorde, dos 192 países membros do
organismo, 187 foram favoráveis ao fim do bloqueio à ilha. Somente os
Estados Unidos, Israel e Palau mantiveram-se a favor e as Ilhas
Marchall e Micronesia se abstiveram.
A votação mostra que o
número de nações contrárias ao embargo, que em 1992 chegava a apenas
59, já é quase unânime hoje. O chanceler cubano, Bruno Rodríguez,
esteve presente na reunião em que, pelo 18º ano consecutivo,
apresentou-se o projeto de resolução "Necessidade de colocar fim ao
bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos
da América contra Cuba".
Há 18 anos, Cuba pede, na ONU, o fim do
embargo que já lhe provocou 93 bilhões de dólares em prejuízo, segundo
análises de economistas cubanos. Em 1992, eram 59 países a favor do fim
do bloqueio a Cuba, enquanto três votaram contra e 71 se abstiveram.
Desde então, o número de países favoráveis só aumentou. Em 2008, já
eram 185 a favor, três contra e duas abstenções.
Os prejuízos
econômicos também são grandes para os Estados Unidos. De janeiro a
setembro deste ano, o país aplicou 23 multas contra empresas do país
que violaram o embargo, totalizando 2,3 bilhões de dólares em multa. Em
contrapartida, no entanto, o governo gastou 1,2 bilhões de dólares para
aplicá-las.
Se os danos fossem calculados no valor atual do
dólar, os danos causados à economia cubana até dezembro de 2008 podem
chegar a 236.221 bilhões.
Apesar de comunidade internacional se
manter esperançosa sobre uma mudança de postura dos Estados Unidos, o
presidente Barack Obama tem demonstrado sua intenção de manter o
embargo a Cuba. Em entrevistas recentes, seu vice-presidente, Joseph
Biden, declarou que o país manterá o bloqueio como forma de pressão
contra Cuba.
As primeiras regulações do bloqueio contra Cuba,
iniciado em 1962, apareceram na Lei de Comércio com o Inimigo (TWEA,
por sua sigla em inglês), de 1917. Ela já restringia o comércio
estadunidense com países considerados "hostis". Já em 1961, surgiu a
Lei de Assistência Exterior, através da qual o Congresso federal
permitiu que o presidente dos EUA embargasse o comércio com Cuba.
Em
seguida, outras leis acentuaram o bloqueio comercial. Em 1992, o
presidente George Bush (pai) reforçou o embargo, através da Lei para a
Democracia Cubana. A medida proibiu que companhias subsidiárias do país
realizassem transações com Cuba. Em 1996, o presidente Bill Clinton
internacionalizou o bloqueio a Cuba através da Lei para a Solidariedade
Democrática e a Liberdade Cubana.
Em 1979, a Lei de
Administração das Exportações outorgou ao presidente o controle das
exportações e reexportações de bens e tecnologias para restringir as
exportações que contribuíram para o potencial militar de qualquer país,
em detrimento da segurança dos EUA.
Com informações de Cubadebate e TeleSur.
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Postado por Pedro Otoni no Agência de Notícias Brigadista em 10/28/2009 03:06:00 PM
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