quarta-feira, 28 de abril de 2010

MANIFESTO EM DEFESA DO ACESSO AOS MEDICAMENTOS ANTIRETOVIRAIS NO BRASIL



A POLITICA DE MEDICAMENTOS PARA AIDS ESTÁ DOENTE!


PRECISA DE BONS GERENTES PARA CURÁ-LA.!!!


O MNCP – Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas, a RNP+ Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids e a RJVHA - Rede de Jovens Vivendo com HIV/Aids são mulheres, homens e jovens que vivem com HIV/Aids e 200 mil dessas utilizam medicamentos antiretrovirais para prolongar a VIDA.


Hoje a nossa VIDA esta ameaçada pela falta de medicamentos!!! Depois de quatorze anos de política de acesso aos medicamentos para Aids no Brasil estamos apelamos para a sorte outra vez, só que agora não é a falta de política que está em questão, pois a política de acesso universal aos medicamentos existe, o que não existe são os medicamentos.


Quando os gestores são questionados – federal, estadual e municipal – sobre a responsabilidade por este desabastecimento, no caso do Abacavir, droga utilizada para HIV/Aids, a resposta é da Nota Técnica nº. 362/09 do Ministério da Saúde que“... orienta a substituição do Abacavir por outros devido às dificuldades encontradas na aquisição do medicamento... das quais resultam atraso das entregas previamente programadas...”


Desabastecimento orientando a troca de tratamento é muito grave!


Vemos claramente neste caso, a ausência de uma postura governamental qualificada para uma gestão técnica e política capaz de enfrentar essa vergonhosa barganha que os laboratórios fazem com a VIDA das 200 mil pessoas, mostrando ser essa uma política vulnerável e a mercê de um mercado e de seus fabricantes.


O governo paga aos laboratórios bilhões dos cofres públicos e não oferece nenhuma resistência aos jogos de troca-troca (abacavir, saquinavir, DDI...) a quebra de patentes e falta de cumprimento de prazos estabelecidos. Que falta de gerenciamento de qualidade é esse que o Brasil não faz??


O desabastecimento do abacavir, biovir, lamivudina... é a ponta de um iceberg, que esconde e também explicita o descaso da saúde pública no Brasil e, conseqüentemente de seus dirigentes, para com as 600 mil pessoas, sendo: mulheres, homens, jovens e crianças que vivem com HIV/Aids.


A perversa política dos laboratórios, que impõem as suas condições (patentes, produção e pesquisa) em nome, é claro, do lucro somado a negligência do governo brasileiro no gerenciamento desta política colocam a nossa VIDA em risco, alem de fazer-nos OBJETOS com os quais eles brincam (governo e laboratórios).


É este o gerenciamento de uma política pública de medicamento considerada em todo o mundo um modelo? A política é vulnerável ao mercado e à sua logística de distribuição e isso é uma ameaça à nossa VIDA. Que adesão é possível de ser feita se a qualquer momento trocar de medicamento é indicado por motivo de desabastecimento do mesmo? Por acaso, esses medicamentos são balas de doce que não provocam nenhum efeito tóxico e danoso ao organismo quando introduzidos ou substituídos?


Diante desse cenário, nós que vivemos com HIV/Aids queremos dar um BASTA a tudo isso. Não somos OBJETOS e sim SUJEITOS desta história e lutamos pela VIDA e pela QUALIDADE da política de acesso aos antiretrovirais.


A VIDA NÃO pode ser BANALIZADA, negociada ou negligenciada como está sendo feita na política de saúde e de Aids no Brasil em detrimento dos interesses comerciais, políticos e do péssimo gerenciamento da política de medicamento para a Aids e da saúde em geral.

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