sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Por um modelo brasileiro de audiodescrição




Faz-se necessário o desenvolvimento de pesquisas que investiguem padrões de audiodescrição para serem usados no país, pois há muitas reflexões a serem feitas na busca por conceitos adequados a este ato tradutório, bem como no desenvolvimento de padrões estéticos que partam do entendimento da audiodescrição como agente de interação sócio-cultural.
Existem projetos pioneiros sobre audiodescrição ambientados em diferentes universidades brasileiras, como o da Universidade Federal da Bahia - UFBA, coordenado pela Prof.ª Eliana Paes Cardoso Franco (2007) e da Universidade Estadual do Ceará - UECE, coordenados pela Prof.ª Vera Lúcia Santiago Araújo, como Televisão Para Cegos: Acessibilidade Através Da Audiodescrição e DVD acessível.
Nesse contexto, este trabalho visa apresentar os resultados parciais de pesquisa realizada na Universidade de Brasília, com participação de alunos bolsistas e voluntários e uma professora leitora, que objetiva propor um modelo de audiodescrição que atenda às necessidades de deficientes visuais brasileiros.
Tal pesquisa tem por corpus filmes de curta-metragem de gêneros variados; este artigo, porém, versará sobre a audiodescrição e a recepção de dois curtas-metragens de animação: Rua das Tulipas (2008) e A Ilha (2008), ambos da produtora Ozzi - Brasília. Os filmes primam pela cuidadosa composição da ambientação e dos personagens, aspectos decisivos na construção da narrativa.
Para a realização das audiodescrições, foi necessária, primeiramente, a confecção dos roteiros, que tiveram como base o modelo espanhol (com a audiodescrição centrada na ação, vocabulário simples e frases coordenadas curtas) e inglês (com audiodescrição detalhada do cenário e das características físicas dos personagens; utilização de gama variada de adjetivos e vocabulário mais rebuscado), como definidos por Bourne e Hurtado (2007).

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