sexta-feira, 30 de maio de 2008


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Clique aqui para ouvir(2'01'' / 476 Kb) - O Tribunal Internacional dos Povos condenou a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) - conglomerado formado pela Vale e a empresa alemã Thyssen Krupp - por crimes ambientais, violações de direitos trabalhistas e humanos na baía, Bahía de Sepetiba, no estado do Rio de Janeiro. A Procuradoria Geral da República trabalha para paralisar as obras das CSA que estão lançando lama contaminada por metais pesados no interior da baía, provocando o assoreamento dos rios, obstruindo canais em pesqueiros utilizados há mais de 200 anos por pescadores artesanais e destruindo manguezais localizados em área de preservação.

A contaminação afeta diretamente 40 mil pessoas que vivem na região. O vice-presidente da Federação da Associação dos Pescadores Artesanais (Fapesca), André Espírito Santo, fala sobre os problemas causados pelas atividades da Vale em Sepetiba.

“A CSA está praticando crimes e mais crimes em cima de algo público. Nós sabemos perfeitamente que o pescado de toda aquela região está contaminado. A população sofre com isso e não está sendo comunicada. Os casos de câncer já passaram da média normal. O doente quando detectado é levado para os hospitais da baixada [fluminense] ou para o centro da cidade. Isso oculta os índices de câncer na região”.

A Fapesca afirma que a Bahía de Sepetiba é responsável por uma produção diária de 80 toneladas de peixes e outros frutos do mar que são comercializados em toda Região Sudeste.

Os pescadores exigem a revisão do licenciamento ambiental concedido pelo governo do estado. Eles também acusam o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o governo do estado e prefeitura do Rio de serem cúmplices da poluição. O BNDES está financiando aproximadamente R$ 3 bilhões. A prefeitura e o governo do estado concederam incentivos fiscais para a instalação do consórcio na região.


De São Paulo, da Radioagência NP, Juliano Domingues.

27/05/08

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