quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Organizações de direitos humanos fazem ato pela punição dos assassinos de Andreu

Fonte: Agência Petroleira de Notícias (www.apn.org.br)


Denunciar e cobrar a punição dos assassinos de um jovem morador do Morro do Cantagalo, Andreu Luis da Silva de Carvalho, de 17 anos, por seis agentes do Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas). Esse foi o objetivo da manifestação realizada nesta quinta, 22, em frente à Segunda Vara da Infância e da Juventude, nas imediações do Armazém 11, no cais do porto do Rio de Janeiro. O crime foi praticado nas dependências do Centro de Triagem, instituição destinada a “ressocializar jovens infratores”. Dados do Instituto de Segurança Pública apontam que, em 2007, foram mortas em ações policiais 1335 pessoas no Estado e, em 2008, mais de 900.


Em 1º de janeiro de 2008, Andreu foi barbaramente torturado. Levou cadeiradas, mesadas, pontapés, apanhou com cabo de vassoura, teve o rosto coberto por saco plástico e morreu, em conseqüência da sessão de torturas. Andreu estava detido desde a véspera, acusado de participar de um furto a um coronel norte-americano, na orla da Praia de Ipanema. De acordo com sua mãe, Deize Silva de Carvalho, Andreu já havia praticado pequenos delitos que resultaram, inclusive, em outras internações, mas teria confidenciado à mãe que não participou do roubo ao turista norte-americano.

O ato de protesto foi promovido por várias organizações de defesa dos direitos humanos, com apoio do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-RJ): Cebraspo, Instituto dos Defensores dos Direitos Humanos (IDDH), Rede contra a Violência, Projeto Legal, Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR).

Não é papel do Estado torturar e matar. Ao contrário, o Estatuto da Criança e do Adolescente garante às crianças e jovens brasileiros o direito de serem protegidos física e psicologicamente pelo Estado assim como prevê a punição para aqueles que descumprirem esses preceitos.

Mas, desde que esse crime ocorreu, há mais de um ano, os torturadores e assassinos continuam livres. Cinco deles continuam trabalhando com adolescentes no Degase. Para as entidades que organizaram o ato, os desdobramentos desse caso evidenciam que, no governo Sérgio Cabral, está em curso uma política de extermínio e criminalização da pobreza. Eles responsabilizam, sobretudo, o secretário de Segurança José Mariano Beltrame, autor de declarações carregadas de preconceito e que encombrem o desprezo pelos pobres. Já disse, por exemplo, que os moradores das favelas são “vagabundos” e que as favelas são “fábricas de marginais”.

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