Assembléia Popular
Desvelando Conflitos Ambientais
18 a 21 de abril, São João Del Rei
A Assembléia Popular, que já virou prática em várias cidades e estados do país, surgiu primeiramente como resposta as grandes transformações econômicas, sociais, políticas e culturais, que a partir da década de 1990 se constituíram como novos desafios impostos ao povo Brasileiro diante das profundas mudanças contidas no processo da globalização neoliberal.
A realização da Assembléia Popular, na Universidade Federal de São João Del Rei, foi marcada por um intenso processo de trabalho de base, que ganhou as escolas, sindicatos, bairros, reuniões de associações, rádios comunitárias e ruas, desvelando a natureza e implicações da crise econômica para os trabalhadores e a dimensão dos problemas ambientais e sociais da região. Conseguiu atrair em seus 4 dias de duração, mais de 160 pessoas, de 54 organizações de 14 municípios da região do Campo das Vertentes.
No feriado do dia 21 de abril, cerca de duzentas pessoas ligadas à Assembléia Popular e moradores do Rio das Mortes, distrito localizado a 10 Km de São João Del Rei (MG), protestaram devido aos problemas ambientais existentes na região e às demissões em massa de trabalhadores. A concentração do ato público ocorreu por volta das 9h na Praça Central, posteriormente percorreu algumas ruas e bairros próximos.
No distrito funciona um complexo industrial do setor de metalurgia e um viveiro de produção de mudas de eucalipto da empresa Esteio. Nesta última, o intenso uso de agrotóxicos e as condições precárias de trabalho têm gerado problemas à saúde dos trabalhadores, tais como Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e o significativo aumento de casos de câncer e ocorrência de abortos.
Na empresa Ligas Gerais, que atua na fundição de minério, o problema ambiental ocasionado é decorrência da emissão de gases e resíduos tóxicos pelos fornos da indústria, poluindo o ar. Além disso, alegando dificuldades com a crise econômica, a empresa paralisou suas atividades, demitindo 106 funcionários sem pagar a indenização, o 13º e os dois últimos salários. Como resultado das mobilizações dos trabalhadores, todo o patrimônio da empresa foi inventariado pelo Ministério Público, aguardando sentença da justiça.
A manifestação trouxe a denúncia das violações de direitos dos trabalhadores, a ausência de programas de prevenção de riscos ambientais por parte das empresas e debilidade de fiscalização do poder público.
No atual momento de crise econômica deste modelo de desenvolvimento, a Assembléia Popular revela-se como um importante instrumento de organização do povo para reagir aos desafios que impedem o desfrute de uma cidadania plena e efetiva, edificando, decisivamente, a construção de um Projeto Popular que atenda os interesses do Povo Brasileiro.
"QUE OS RICOS PAGUEM PELA CRISE!"
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