Ato Público e Lançamento do Relatório dos Direitos Humanos no Município
de Aimorés – Leste MG
No dia 18 de março, os Aingidos
pela UHE Aimorés (Eliezer Batista), dos municípios de Aimorés, Baixo Gundu,
Ituêta e Resplendor, acampados nas margens da BR-474 saíram em MARCHA pelas
ruas do município de Aimorés em protesto pacífico contra a Violação dos
Direitos Humanos durante a implantação e operação dessa Hidrelétrica.
O Ato Público, organizado pelo
MAB e pela Comissão Mobilizadora da Sociedade Civil de Aimorés, contou com a
participação de mais de 200 pessoas que gritaram por justiça social e
ambiental. 70% dos atingidos não receberam absolutamente nada pelos transtornos
causados pelo Consórcio CEMIG e VALE.
A marcha se iniciou na Barra do
Manhuaçu onde pescadores perderam seu sustento, já que não há mais peixes e os
que existem estão contaminados. Percorremos as ruas da cidade que demonstrou
grande apoio a manifestação.
Ao passar pela sede da CEMIG os
atingidos fizeram diversas críticas aos altos preços da Energia Elétrica
consumida nas residências sendo os mineiros que pagam a energia mais cara do
Brasil, mesmo em muitos casos tendo uma hidrelétrica como vizinha. Enquanto a
VALE paga menos de R$ 5,00 por 100kwh as residências pagam mais de R$ 45,00
pelos mesmos 100kwh. Ao fim uma grande vaia foi ouvida pelas ruas contra a
Empresa
O PREÇO DA LUZ É UM ROUBO, QUE TIRA A COMIDA DO POVO!
.
Ao passar pelo centro de Aimorés
foi feito uma nova parada em frente a Estação Ferroviária da VALE, onde foi
denunciado seu modelo de exploração sobre os trabalhadores e a privatização dos
bens naturais. Foi lembrada ainda a Greve dos trabalhadores da VALE que já dura
10 meses no Canadá. Além disso, foram feitas críticas ao processo de
privatização da empresa em 1997 por um valor irrisório roubando dos brasileiros
mais um patrimônio. Hoje a VALE consome sozinha cerca de 5% de toda energia do
Brasil, transformando um bem público como a água em mera mercadoria. Mais uma
grande vaia foi oferecida em protesto a Empresa.
ÁGUA E ENERGIA, NÃO SÃO MERCADORIAS!
A terceira parada foi em frente
ao escritório do Consórcio CEMIG/ VALE. Os atingidos foram incisivos em suas
críticas, denunciando a falta de compromisso do Consórcio para com os
municípios atingidos e com seus moradores. O Grupo empresarial não vem
cumprindo as condicionantes acertadas durante a Licença de Instalação e de
Operação. Entre as reivindicações está
a manutenção do espelho d´água do Rio Doce que vem agonizando com a seca mesmo
em tempos de chuva. Além disso, os participantes da marcha exigiram a não
construção de mais uma Barragem na região agora no Rio Manhuaçu, deixando a
população apenas com os prejuízos da exploração, logo após outra vai foi dada
ao consórcio que fechou todas as portas e janelas, demonstrando sua falta de
diálogo com os Atingidos.
TERRA SIM, BARRAGEM NÃO!
A marcha voltou ao centro da
cidade, mais especificamente na Praça do Relógio onde diversas personalidades já
se encontravam para lançar oficialmente o RELATÓRIO DOS DIRIETOS HUMANOS DE
AIMORÉS. O evento contou com a participação de lideranças do MAB Nacional, Via
Campesina, Representante da Comissão Mobilizadora da Sociedade Civil de
Aimorés, Advogados, Prefeito de Aimorés e o Superintendente Regional do INCRA.
Durante as falas dos participantes ficou claro a importância de se lutar pelos
direitos violados das comunidades atingidas e a importância da organização da
sociedade para conquista desses direitos. Prova disso foi o compromisso
assumido pelo Superintende do INCRA de cadastrar as famílias acampadas em
Aimorés na segunda quinzena de abril para que finalmente possam ter acesso a
suas terras. Com relação ao Relatório propriamente dito foi lido alguns pontos
em especial de violação dos Direitos Humanos, como o direito a protestar, o
direito de permanecer na terra, o direito a informação, o direito a organização
coletiva e o próprio direito de ir e vir violado recentemente no dia 14 de
março com o apoio da Polícia.
Dessa forma, nós Atingidos pela
Barragem de Aimorés convidamos a todos os cidadãos a conhecer o Relatório de
Direitos Humanos de Aimorés e suas violações, para que a sociedade se informe,
debata e participe das decisões a serem tomadas para que se faça cumprir os direitos
da população.
ÁGUAS PARA A VIDA E NÃO PARA A MORTE!
Aimorés, 18 de março de
2010
MOVIMENTO DOS
ATINGIDOS POR BARRAGENS – MG
www.mabnacional. org.br
| (31) 9943-2787 ou (33) 9953-0570
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