Wellington Emiliano
Morais*
A sociedade
brasileira cada dia mais se encontra entorpecida com os desserviços
que as empresas da comunicação a implica. Os seus conteúdos parecem
não estarem relacionados entre si, tudo é organizado com a intencionalidade
de não haver conexão, de estarem soltos prontos para serem consumidos
pelos indivíduos que o tem em mãos.
Os indivíduos
que consomem esse produto entram em estado de anestesiamento
perante a realidade que a confronta tendo apenas sentimentos melancólicos
com o mundo em sua volta.
Essa capacidade
de transpor os homens e mulheres ao concreto aparente vem na roupagem
de imparcialidade dos fatos e acontecimentos que compõem as páginas
dos periódicos e dos jornais televisivos. Numa imparcialidade parcial
e com uma definição clara de classe destina todos seus esforços ao
trabalho de educar as massas aos ditames burgueses.
Atrelado a
essa parcialidade que define a função social destes meios, surgiu
também uma espécie de amnésia aguda “tendenciosa”. Seria esta
uma amnésia provocada pela imparcialidade dita. Amnésia esta, que
os fazem não compreender os fatos e acontecimentos tal como é. Essa
amnésia “tendenciosa” e congênita afeta tal qual com devida precisão
a compreensão dos fatos e acontecimentos assim como a identificação
dos agentes inseridos neste.
Estes surtos
amnésicos têm deferidos problemas gravíssimos para a sociedade, acompanhemos:
Tempos atrás, após uma semana da uma ocupação numa unidade do complexo
Monções, terra da união grilada pela Empresa Cutrale, realizada pelo
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que teve como principio
da ocupação denunciar a grilagem de terra e o uso abusivo de venenos
nas árvores de laranjas. As empresas de informações lançam seu veneno
misturado com insanidade sobre aqueles ocupantes, fazendo transparecer
que sucatas que estavam na mecânica e ferro velho da fazenda, foram
máquinas danificadas ou destruídas pelos Sem Terra, estes que, munidos
apenas de foices e enxadas, queriam apenas espaço para poderem produzir
o necessário para o consumo humano. Enxadas e foices que são instrumentos
primitivos de uso no trabalho rural são tomados como armas por aqueles
que ignoram a pobreza em bruzundanga1.
Nas gerais
de Guimarães rosa o mais opniático desta empresa o Jornal Estado de
Minas (J.E.M) demonstrou de forma imprudente a sua jaez2
corrupta. Desprendido de um surto “amnésico” no ultimo dia
03 (março, todavia) se impacta com a descoberta de que na capital mineira
em pleno século XXI opera a existência de Sem Teto e que curiosamente
estes transtorna a vida política da ilustre cidade.
O que não
foi dito a este contemptor3 (J.E.M) é que este fantasma
que ronda a capital e que responde por um singelo nome de Dandara é
apenas a manifestação da repulsiva política habitacional, ou melhor
dizendo, a falta de uma política habitacional que é exercida pela
prefeitura do condado de Belo Horizonte, que no seu horizonte mescla
a cinza das fabrica e os barracões de zinco dos seus operários.
O adorado periódico
mineiro esbalda titubeações em torno do recém ocorrido, mas
o que eles não sabem e que se explica pela recém lesão cerebral a
que se encontra livre é que esse fantasma não é novo.
Exatamente
passados quase um ano desde ocorrido a sua ocupação, em abril de 2009,
com a participação de vários movimentos urbanos e rurais e com o
apoio da sociedade, o (J.E.M) entra numa tarefa inglória de questionar
a legalidade da ocupação, que conta com mais de 887 famílias
morando naquela localidade.
O periódico
alega que a ocupação realizada pelo MST, (outro erro grave, pois apesar
de ter todo nosso apoio, essa ocupação não é nossa), emperra o processo
de construção de moradias populares pela prefeitura através do programa
federal “Minha casa, mina vida”. Com nos explica? Áreas públicas
destinadas à construção de moradias populares de um programa público
não poder ser ocupada por Sem Teto? Se de fato essa é intenção da
prefeitura, maiores motivos tem agora para realizá-lo. (mudei a redação
confira)
Ali naquela
ocupação, senhores editores, existem homens e mulheres, famílias
que viviam em encostas e em áreas de risco e que se as Brigadas Populares
e o MST em parceria com o apoio dos movimentos pela moradia, comunidades
religiosas e outros movimentos não tivessem os resgatados para essa
ocupação, com certeza os periódicos estariam trazendo em suas colunas,
fotos de seus corpos soterrados pelos deslizamentos de terras, provocados
pela penúria de suas moradias nas favelas.
O que sabemos,
e a sociedade também sabem, é que vocês senhores, são todos
lacaios da burguesia, e que ensarilha4 aos interesses da
burguesia mineira, ataca-nos no intuito de construir no imaginário
da sociedade um tipo de transtorno com a ocupação que não existe,
ocultando com isso o verdadeiro interesse, que é destinar aqueles quase
400 mil metros quadrados de terras para as empresas de construção.
Temos muitos
elementos que justificam a permanência daquelas famílias naquele local,
o apoio a da sociedade, o trabalho social que eles prestam para os belo-horizontinos,
o embargo à liminar de despejo deferido contra eles, o enorme contingente
de sem teto que estão às margens da capital, entre outros, mas que
foi muito bem tratado pela nota lançada pelas Brigadas Populares.
Nós, enquanto
MST sentimos parte e apoiamos incontestavelmente essa ocupação e a
consideramos legitima e legal, o Jornal Estado de Minas se equivoca
quando relaciona o MST unicamente como agente desta ocupação, pois
sua realização só foi possível com a parceria do movimento com as
Brigadas Populares e com o apoio de tantos outros movimentos, nos faremos
o que for possível para mantê-la, ela é parte integral de nossa luta
contra a injustiça nesse nosso Gerais.
* Da direção
estadual do MST de Minas Gerais.
Um comentário:
Tadinhos de vcs né?
Ficam atrás de mesas só escrevendo baboseiras como essa que lemos agora... A invasão é suas sim e quem as invade com vcs não é sem teto coisa nenhuma... Nunca ví sem tetos terem carros como nesse terreno? E olha que não são calhambeques não... São do ano!!! São todos aproveitadores já estão construindo até lojas no terreno...
Coisa feia para BH... O MST e seu braço Brigadas Populares, Padres e etc... estão construindo mais uma favela em Belo Horizonte...
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