quinta-feira, 11 de março de 2010

O Editor Amnésico

 
Wellington Emiliano Morais* 
A sociedade brasileira cada dia mais se encontra entorpecida com os desserviços que as empresas da comunicação a implica. Os seus conteúdos parecem não estarem relacionados entre si, tudo é organizado com a intencionalidade de não haver conexão, de estarem soltos prontos para serem consumidos pelos indivíduos que o tem em mãos. 
Os indivíduos que consomem esse produto entram em estado de anestesiamento perante a realidade que a confronta tendo apenas sentimentos melancólicos com o mundo em sua volta.
Essa capacidade de transpor os homens e mulheres ao concreto aparente vem na roupagem de imparcialidade dos fatos e acontecimentos que compõem as páginas dos periódicos e dos jornais televisivos. Numa imparcialidade parcial e com uma definição clara de classe destina todos seus esforços ao trabalho de educar as massas aos ditames burgueses.
Atrelado a essa parcialidade que define a função social destes meios, surgiu também uma espécie de amnésia aguda “tendenciosa”. Seria esta uma amnésia provocada pela imparcialidade dita. Amnésia esta, que os fazem não compreender os fatos e acontecimentos tal como é. Essa amnésia “tendenciosa” e congênita afeta tal qual com devida precisão  a compreensão dos fatos e acontecimentos assim como a identificação dos agentes inseridos neste.
Estes surtos amnésicos têm deferidos problemas gravíssimos para a sociedade, acompanhemos: Tempos atrás, após uma semana da uma ocupação numa unidade do complexo Monções, terra da união grilada pela Empresa Cutrale, realizada pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que teve como principio da ocupação denunciar a grilagem de terra e o uso abusivo de venenos nas árvores de laranjas. As empresas de informações lançam seu veneno misturado com insanidade sobre aqueles ocupantes, fazendo transparecer que sucatas que estavam na mecânica e ferro velho da fazenda, foram máquinas danificadas ou destruídas pelos Sem Terra, estes que, munidos apenas de foices e enxadas, queriam apenas espaço para poderem produzir o necessário para o consumo humano. Enxadas e foices que são instrumentos primitivos de uso no trabalho rural são tomados como armas por aqueles que ignoram a pobreza em bruzundanga1
Nas gerais de Guimarães rosa o mais opniático desta empresa o Jornal Estado de Minas (J.E.M) demonstrou de forma imprudente a sua jaez2 corrupta.  Desprendido de um surto “amnésico” no ultimo dia 03 (março, todavia) se impacta com a descoberta de que na capital mineira em pleno século XXI opera a existência de Sem Teto e que curiosamente estes transtorna a vida política da ilustre cidade.
O que não foi dito a este contemptor3 (J.E.M) é que este fantasma que ronda a capital e que responde por um singelo nome de Dandara é apenas a manifestação da repulsiva política habitacional, ou melhor dizendo, a falta de uma política habitacional que é exercida pela prefeitura do condado de Belo Horizonte, que no seu horizonte mescla a cinza das fabrica e os barracões de zinco dos seus operários.
O adorado periódico mineiro esbalda titubeações em torno do recém ocorrido, mas o que eles não sabem e que se explica pela recém lesão cerebral a que se encontra livre é que esse fantasma não é novo.
Exatamente passados quase um ano desde ocorrido a sua ocupação, em abril de 2009, com a participação de vários movimentos urbanos e rurais e com o apoio da sociedade, o (J.E.M) entra numa tarefa inglória de questionar a legalidade  da ocupação, que conta com mais de 887 famílias  morando naquela localidade.
O periódico alega que a ocupação realizada pelo MST, (outro erro grave, pois apesar de ter todo nosso apoio, essa ocupação não é nossa), emperra o processo de construção de moradias populares pela prefeitura através do programa federal “Minha casa, mina vida”. Com nos explica? Áreas públicas destinadas à construção de moradias populares de um programa público não poder ser ocupada por Sem Teto? Se de fato essa é intenção da prefeitura, maiores motivos tem agora para realizá-lo. (mudei a redação confira)
Ali naquela ocupação, senhores editores, existem homens e mulheres, famílias que viviam em encostas e em áreas de risco e que se as Brigadas Populares e o MST em parceria com o apoio dos movimentos pela moradia, comunidades religiosas e outros movimentos não tivessem os resgatados para essa ocupação, com certeza os periódicos estariam trazendo em suas colunas, fotos de seus corpos soterrados pelos deslizamentos de terras, provocados pela penúria de suas moradias nas favelas.
O que sabemos, e a sociedade também sabem, é que vocês senhores, são todos lacaios da burguesia, e que ensarilha4 aos interesses da burguesia mineira, ataca-nos  no intuito de construir no imaginário da sociedade um tipo de transtorno com a ocupação que não existe, ocultando com isso o verdadeiro interesse, que é destinar aqueles quase 400 mil metros quadrados de terras para as empresas de construção.
Temos muitos elementos que justificam a permanência daquelas famílias naquele local, o apoio a da sociedade, o trabalho social que eles prestam para os belo-horizontinos, o embargo à liminar de despejo deferido contra eles, o enorme contingente de sem teto que estão às margens da capital, entre outros, mas que foi muito bem tratado pela nota lançada pelas Brigadas Populares.
Nós, enquanto MST sentimos parte e apoiamos incontestavelmente essa ocupação e a consideramos legitima e legal, o Jornal Estado de Minas se equivoca quando relaciona o MST unicamente como agente desta ocupação, pois sua realização só foi possível com a parceria do movimento com as Brigadas Populares e com o apoio de tantos outros movimentos, nos faremos o que for possível para mantê-la, ela é parte integral de nossa luta contra a injustiça nesse nosso Gerais.


 
* Da direção estadual do MST de Minas Gerais.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tadinhos de vcs né?
Ficam atrás de mesas só escrevendo baboseiras como essa que lemos agora... A invasão é suas sim e quem as invade com vcs não é sem teto coisa nenhuma... Nunca ví sem tetos terem carros como nesse terreno? E olha que não são calhambeques não... São do ano!!! São todos aproveitadores já estão construindo até lojas no terreno...
Coisa feia para BH... O MST e seu braço Brigadas Populares, Padres e etc... estão construindo mais uma favela em Belo Horizonte...