Fonte:
http://www.assufrgs.com.br/Assista o vídeo da manifestação:
Reitoria reprime estudantes, professores e funcionários que querem debater o Parque Tecnológico
Quem chegou no campus Centro hoje (5/3) pela manhã, percebeu que a universidade estava fechada. Todos os portões novamente foram lacrados, somente o portão da rua Sarmento Leite estava aberto. Durante a noite os estudantes acamparam na Reitoria em vigília.
Diante do movimento, que paralisou a Reitoria, a reunião do Conselho Universitário foi suspensa. Apesar disto, os seguranças da universidade, partiram para cima dos manifestantes de forma truculenta. “Os estudantes disseram que não estavam impedindo a passagem então nós fomos tentar garantir que os funcionários entrassem para trabalhar”, alegou Daniel Augusto Pereira, coordenador de Segurança da Ufrgs. Após os atritos foi formada uma comissão dos movimentos para reunir com uma comissão formada por membros do conselho universitário.
Vários estudantes e inclusive a coordenadora geral da Assufrgs, Bernadete Menezes, foram espancados hoje (5/3) pela manhã, na frente da Reitoria da Ufrgs, quando defendiam a retirada do Parque Tecnológico da pauta do Conselho Universitário da UFRGS. O objetivo dos movimentos é ampliar o debate sobre o tema, inclusive com outros atores de fora da comunidade acadêmica.
Os manifestantes lamentaram a atitude da Reitoria. “Nunca, nem na época da Ditadura Militar os estudantes e os funcionários foram agredidos dessa maneira”, lembrou Bernadete. “Estamos vivendo na época da repressão dentro da Universidade”, reafirmou o coordenador da Assufrgs Silvio Corrêa, lembrando que desde 1974, não ocorria este tipo de ação truculenta na Ufrgs. “Eles jogaram trabalhadores contra os estudantes. Faltou habilidade desta Reitoria em negociar com os movimentos”, criticou. A vereadora de Porto Alegre, Fernanda Melchiona, ex-aluna da Ufrgs, disse que nunca tinha visto este tipo de atitude por parte de outros Reitores. “Isto é uma tentativa de evitar que a comunidade participe deste debate. Lamento muito a forma como os estudantes e os servidores foram tratados.”
A professora da Faced e coordenadora do Associação Nacional dos Docentes – Sindicato (Andes), Laura Fonseca, disse que não se trata da comunidade ser contra o Parque Tecnológico, mas o encaminhamento dado pela Reitoria. “O que estamos questionando é a função social do conhecimento. Reivindicamos a representação dos técnico-administrativos, dos estudantes e dos professores, assim como da representação de entidades dos trabalhadores, não somente dos empresários. Os movimentos sociais precisam do desenvolvimento de conhecimento para a construção de políticas públicas”, esclareceu.
“Pedimos que a universidade amplie o debate para a sociedade civil, pois é de interesse de todos o desenvolvimento tecnólogico gaúcho', explicou Rodolfo Mohr, estudante de jornalismo e integrante do movimento de oposição ao DCE.
DCE contra o movimento
Enquanto isto o diretor de relações institucionais do DCE-UFRGS, Marcelo Vanhattem, de terno e gravata, assistia ao movimento estudantil e na sua opinião os manifestantes estavam prejudicando a votação do projeto impedindo o direito de propriedade e não estava dando a liberdade de ir e vir. “Estão infringindo o direito da propriedade privada. Mesmo a universidade sendo pública, isto aqui é um espaço privado”, defendeu.
Comunidade não debateu
Apesar do Reitor afirmar que houve debate com as entidades dos professores, estudantes e professores, uma dos questionamentos é a falta de um amplo debate com a comunidade universitária e a sociedade. Conforme o Reitor este debate iniciou em agosto de 2009 e sua intenção era abrir a reunião do Consun e colocar o tema em discussão.
Na Reunião de quarta-feira (3/3) com uma comissão no saguão da Reitoria, Carlos Alexandre Netto, declarou que apresentou o projeto para as entidades da comunidade acadêmcia, mas se isentou sobre a responsabilidade da Reitoria em fazer a discussão chegar em toda a comunidade. “Se a informação não capilariza esta é uma questão que nós não temos controle”, alegou. O movimento estudantil também questiona a pressa da Reitoria em tentar apressar a votação, inclusive em aprovar no Consun durante o período de férias. O que não ocorreu por falta de quórum.
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