terça-feira, 25 de agosto de 2009

Empresas pedem R$ 136 bi a BNDES

RIO DE JANEIRO - As consultas das empresas para novos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) dispararam e alcançaram R$ 136 bilhões de janeiro a julho deste ano – um aumento de 34% em relação ao mesmo período do ano passado. O salto nos pedidos de empréstimos reflete a retomada de investimentos na economia brasileira e um caso à parte: os R$ 25 bilhões que a Petrobras vai tomar emprestado do banco.

Executivos de vários setores da economia voltaram a bater na porta do banco para pedir apoio depois de alguns meses de silêncio forçado pela crise. Entre projetos adiados que voltaram à pauta, empreendimentos de siderurgia, química e petroquímica. Outros produtores ramos de alimentos , material de transporte, ferrovias e energia elétrica ampliam investimentos e a carteira de empréstimos . O setor de serviços também engordaram as consultas junto ao banco de fomento.

O BNDES desembolsou R$ 75 bilhões de janeiro a julho. O valor, que supera em 65% o total liberado no mesmo período do ano passado, reflete a maior demanda das empresas por financiamentos.

As aprovações de projetos a serem financiados totalizaram R$ 87 bilhões, com expansão de 49%. Os enquadramentos chegaram a R$ 113,8 bilhões (alta de 43%).

O banco destaca os setores de papel e celulose, química e petroquímica e metalurgia. O ramo de papel e celulose está reagindo ao tombo que sofreu com a crise. Muitos projetos engavetados voltam a ser cogitados para o próximo ano. Mas técnicos do BNDES avaliam que ainda é cedo para afirmar que o setor se recuperou.

– Os preços voltaram a crescer mas as margens das empresas continuam deprimidas – disse um executivo do banco.

A indústria foi a principal responsável pelo aumento nos desembolsos, com aumento de 112% no volume de desembolsos. O setor recebeu R$ 39 bilhões.

Os projetos de infraestrutura, igualmente, apresentaram resultados elevados. O desembolso de R$ 25 bilhões, nos primeiros sete meses do ano, representa crescimento de 43% ante igual período do ano anterior e respondeu por 33% do total liberado pelo Banco entre janeiro e julho de 2009. "O resultado reforça a tendência de expansão dos investimentos na economia, retratada nos últimos desempenhos do BNDES, depois de um primeiro trimestre menos expressivo", informou o banco em comunicado.

Outro técnico da instituição comentou recentemente que alguns auto-fornos voltaram a ser ligados nas siderúrgicas, um sinal de reativação. A produção de aço voltou a crescer em julho. Os investimentos na indústria responderam pela maior parte dos projetos aprovados, de R$ 40,2 bilhões, no período analisado.

Em infraestrutura, as aprovações somaram R$ 31,3 bilhões, uma expansão de 69% ante os sete primeiros meses do ano anterior, impulsionados pela demanda dos setores de energia elétrica e transportes.

O lucro líquido do banco recuou 83% no primeiro semestre de 2009 devido, principalmente, à interrupção na venda de participações em empresas. Com as ações em baixa por causa da crise, a instituição preferiu aguardar momentos melhores para se desfazer dos papéis que possui em carteira. As participações acionárias passaram de R$ 4,8 bilhões para R$ 1,3 bilhão.


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Postado por Pedro Otoni no Agência de Notícias Brigadista em 8/24/2009 06:50:00 AM

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